sábado, 30 de janeiro de 2010

Maldita Cortina

De volta às histórias da ginástica, se há imagens que me fazem ir às lágrimas, uma delas é a da cortina do São Luiz. Eu explico:

O sarau "Luz, Som e Movimento", que o Sporting organizava habitualmente no teatro São Luiz, tinha características muito especiais; não sendo um grande espaço destinado à prática desportiva, tinha no entanto enormes potencialidades no que diz respeito a efeitos cénicos, jogos de luz e um som de qualidade superior.

Mas tinha também um problema: os ginastas estavam demasiado perto do público, e qualquer falha era imediatamente detectada.

Num dos espectáculos, a classe apresentou um esquema que terminava com a saída dos ginastas em mortal ou flic à frente, e desaparecia pelas laterais do palco.

O João Pedro não tinha o seu flic bem dominado (volta e meia caía de rabo), e portanto o Zezinho, depois de executar o seu salto, pôs-lhe uma mão discretamente nas costas, e a coisa passou.

Havia outros (acho que eu era um deles) que não dominavam o salto de todo, e fizeram uma chamada à campeão, para desaparecer do palco sem fazer nada. Sempre dava algum estilo.

O pior foi o Joaquim Alfredo, que fez um flic mal calculado, e desiquilibrou-se para trás, já fora do campo de visão. Tudo teria passado despercebido, não fosse o seu instinto, que o levou a agarrar-se à cortina de fundo do palco, o que fez com que o movimento ondulatório do pano se transmitisse ao longo de todo o fundo de cena. Os ginastas desapareceram mas a cortina lá ficou a abanar.

É caso para dizer que a bandeira não podia ter sido maior...

3 comentários:

  1. Era mesmo flic à frente! O trabalho que esta malta me dava porque eu fazia aquilo na perfeição e ainda tinha de ir acudir aos problemas dos outros!!!! Zezinho

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  2. Olha o que tenho andado a perder...
    Ah, e ainda me lembro dessa da cortina.

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