quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Bufo da GNR

"Documentos secretos produzidos pela GNR na Guerra do Iraque em 2004, que ainda se encontram em sigilo militar, foram disponibilizados no site WikiLeaks, o mesmo que divulgou recentemente relatórios classificados sobre a intervenção dos EUA no Afeganistão."




Esta notícia, hoje divulgada, deixou consternado o comando-geral da GNR, que receou pela segurança do sub-agrupamento Alfa estacionado a sul de Nassíria. Afinal, uma reflexão mais apurada revelou que os relatórios tornados públicos consistem fundamentalmente numa síntese da análise feita pelas "secretas" inglesa e italiana que tinham agentes no terreno, uma vez que Portugal não destacou "espiões" para solo iraquiano. A GNR limitava-se a traduzir e resumir as informações produzidas.

Ainda assim, ficaram a conhecer-se particularidades sobre os militares portugueses que poderão pôr em risco futuras intervenções de manutenção de paz.

Por exemplo:

  1. O adjunto do comando dormia habitualmente com um pijama com ursinhos. Ao que parece, foi-lhe oferecido pelo seu comandante de pelotão quando do juramento de bandeira, há mais de 10 anos, e o homem não se conseguia separar do adereço, mesmo em missão de combate no deserto iraquiano.
  2. Os baralhos de cartas, tão populares entre os militares, foram abolidos na 2ª companhia, por ordem do seu comandante. Em substituição, os soldados podiam jogar ao mikado, ao jogo do UNO e às escondidas (o primeiro levantou protestos vários, pela irregularidade do terreno; quanto ao último, o jogo foi suspenso porque uma das equipas usava camuflado, o que era estritamente proibido pelas regras do jogo).
  3. O alegado acidente de combate de um soldado de infantaria veio a provar-se falso. Na realidade, o pelotão estava a jogar à cabra-cega e o elemento vendado foi andando pelo deserto até que pisou uma mina anti-pessoal; felizmente o dispositivo tinha um defeito de fabrico, o que lhe salvou a vida, mas arruinou uma bota direita praticamente nova.

Não sendo de enorme gravidade, a divulgação destes documentos mancha inequivocamente a reputação de um corpo de elite por todos considerado de eleição. O responsável pela fuga de informação, um segundo cabo especialista de transmissões militares, a quem foi negada uma licença para se deslocar à sua aldeia natal, onde iria assistir à despedida de solteiro de um primo (cá está o móbil do crime, a vingança), encontra-se já detido em local não divulgado.


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