"Documentos secretos produzidos pela GNR na Guerra do Iraque em 2004, que ainda se encontram em sigilo militar, foram disponibilizados no site WikiLeaks, o mesmo que divulgou recentemente relatórios classificados sobre a intervenção dos EUA no Afeganistão."

Esta notícia, hoje divulgada, deixou consternado o comando-geral da GNR, que receou pela segurança do sub-agrupamento Alfa estacionado a sul de Nassíria. Afinal, uma reflexão mais apurada revelou que os relatórios tornados públicos consistem fundamentalmente numa síntese da análise feita pelas "secretas" inglesa e italiana que tinham agentes no terreno, uma vez que Portugal não destacou "espiões" para solo iraquiano. A GNR limitava-se a traduzir e resumir as informações produzidas.
Ainda assim, ficaram a conhecer-se particularidades sobre os militares portugueses que poderão pôr em risco futuras intervenções de manutenção de paz.
Por exemplo:
- O adjunto do comando dormia habitualmente com um pijama com ursinhos. Ao que parece, foi-lhe oferecido pelo seu comandante de pelotão quando do juramento de bandeira, há mais de 10 anos, e o homem não se conseguia separar do adereço, mesmo em missão de combate no deserto iraquiano.
- Os baralhos de cartas, tão populares entre os militares, foram abolidos na 2ª companhia, por ordem do seu comandante. Em substituição, os soldados podiam jogar ao mikado, ao jogo do UNO e às escondidas (o primeiro levantou protestos vários, pela irregularidade do terreno; quanto ao último, o jogo foi suspenso porque uma das equipas usava camuflado, o que era estritamente proibido pelas regras do jogo).
- O alegado acidente de combate de um soldado de infantaria veio a provar-se falso. Na realidade, o pelotão estava a jogar à cabra-cega e o elemento vendado foi andando pelo deserto até que pisou uma mina anti-pessoal; felizmente o dispositivo tinha um defeito de fabrico, o que lhe salvou a vida, mas arruinou uma bota direita praticamente nova.
Não sendo de enorme gravidade, a divulgação destes documentos mancha inequivocamente a reputação de um corpo de elite por todos considerado de eleição. O responsável pela fuga de informação, um segundo cabo especialista de transmissões militares, a quem foi negada uma licença para se deslocar à sua aldeia natal, onde iria assistir à despedida de solteiro de um primo (cá está o móbil do crime, a vingança), encontra-se já detido em local não divulgado.
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