Recebi há dias um daqueles mails que circulam por aí, do tipo "pensões escandalosas dos políticos" ou "mais um job para um boy". Normalmente, leio e envio para o recycle bin. Desta vez, não foi o caso, porque se referia a um amigo chegado, e porque conhecia a história, contada pelo próprio.
E que história era? A contratação pelo presidente do ISEG, João Duque, de Eduardo Catroga como Professor Catedrático, com retroactivos a Setembro de 2008. O título era "Plano Muito Inclinado", e o autor dava a entender que o contratante, conhecido pelas suas posições críticas da política financeira do Governo, tentava marcar posição num futuro laranja, através de uma ajuda ao contratado, ex-ministro PSD e recentemente celebrizado pelas negociações do Orçamento de Estado.
Não se trata apenas da amizade que tenho ao João (que nem sabe que estou a escrever isto), nem qualquer simpatia pelo Catroga (a única coisa que temos em comum é que volta e meia almoçamos no mesmo restaurante), mas a história é assim:
Eduardo Catroga foi professor no ISEG durante muitos anos, tendo-se aposentado em 2007. No entanto, ligado desde sempre à instituição (entre outras ocupações, é presidente da associação dos antigos alunos), continuou a leccionar "pro-bono", mantendo uma ou duas cadeiras, pelas quais recebia zero. O João Duque achou por bem formalizar uma situação que sentia injusta há 3 anos. Assim, o Catroga continua a ganhar zero, mas consta na escola como "Professor Convidado a tempo parcial 0%".
De facto, para quem não sabe, a coisa presta-se a outras interpretações, mas penso muitas vezes quantos juízos não fazemos quando apanhamos esses mails só com uma parte dos factos. Raramente leio notícias destas em que conheça os envolvidos, mas quando isso acontece, descubro sempre que o retrato não é bem como o pintam. A malta anda com "sede de sangue" e à primeira, Tunga!
Vamos lá a informar-nos melhor, antes de fazer forward...
Se quiserem a informação bem explicada pelo visado, vão a este meu "colega"
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