A notícia vinha este fim de semana no Expresso: o novo submarino Tridente já está avariado. Aparentemente, tudo se deve a danos no revestimento de GRP (glass reinforced plastic), um material que confere forma hidrodinâmica. As condições adversas do Oceano Atlântico, muito diferentes das de outros mares, terão originado o problema. O Capuchinho contactou os especialistas alemães da HDW, que de pronto nos esclareceram na entrevista que se segue:
HDW: O problema está no Atlântico, que tem um grau de salinidade bastante elevado.
C: Mas não é suposto o mar ser salgado?
HDW: Bem, sim, mas há dois tipos de submarinos, os de água salgada e os de água doce. O "Tridente" é claramente da segunda categoria.
C: Foi esse o pedido da Marinha Portuguesa?
HDW: Não, primeiro foi de água salgada, mas depois do PEC II, o vosso Governo mudou a encomenda.
C: E as missões no mar? O patrulhamento da costa? A NATO?
HDW: Dissera-nos que passaria antes a patrulhar os rios. Aparentemente, há partes do rio Douro que não são vigiadas. Quanto à NATO, as traineiras da frota espanhola estão a fazer um excelente trabalho.
C: Mas... e como é que o submarino passa para outro rio? Por exemplo, o Tejo?
HDW: Aí, terá que sair pela Foz do Douro, e entrar em Lisboa. Mas muito rápido, antes que o cloreto de sódio corroa as placas do revestimento.
C: E há mais anomalias que se prevejam a curto prazo?
HDW: Não... quer dizer, o problema da turbina já está resolvido.
C: Da turbina?
HDW: Sim, a turbina. Algumas pás soltaram-se, na viagem inaugural. Mas já estão soldadas. É como novo!
C: Bem, resta-me agradecer-vos...
HDW: ... e o periscópio.
C: Hã?
HDW: Sim, o periscópio. A borracha da lente não está a vedar bem, e entra água pelo tubo.
C: Mas... assim, não podem submergir...
HDW: É verdade, mas a profundidade dos rios também não o permite, por isso, navega à superfície.
C: E com o novo submarino, o "Arpão", que segundo sabemos estará pronto até ao final deste semestre?
HDW: Tudo corrigido. E esse já vem com o sonar que...
C: Foi um prazer. Obrigado!
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