sábado, 15 de setembro de 2012

Cheiro de Cravo, Cor de Canela


"Gabriela Cravo e Canela", desse génio das letras que foi Jorge Amado.

Vi e adorei a novela em 76 (está no ar um remake, esse já não tenho pachorra para ver; novela foi aquela mesmo, a preto e branco, acho que o Amado teria preferido assim). Agora, e finalmente, apanhei o livro.



A ternura dos personagens, a humanidade ingénua do turco Nacib, o Doutor com os seus devaneios literários, a força do coronel Ramiro, cacique da terra numa era de lei da bala, o falso moralismo das beatas, o "charmant" Tonico Bastos, arrastando asa por qualquer rabo de saia, as coristas do Bataclan, nem sei por onde pegar. Aquilo não são personagens, são caricaturas, de uma enorme ternura. Tudo regado com o "falar" cantado da Bahia.



Um retrato do Brasil do interior em 1925, da exploração cacaueira, sociedade medieval, atrasada, preconceituosa, na luta derradeira com o progresso das novas gerações. 



Nada fica a dever ao maravilhoso "100 anos de Solidão" de Marquez, acreditem.

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