Toda a vida tive dificuldade em lidar com o crime. Quando digo “crime”, não me refiro a crime-crime, tipo matar, roubar, ou isso. Não! Digo, passar um sinal vermelho, encontrar uma caneta no hotel e não ir entregar na recepção, ou ver a conta errada a meu favor e ficar calado, estão a ver?
Às vezes lamentava este meu bloqueio, pois via tanta gente normal a fazer o mesmo, que achava que era de facto uma limitação minha! Afinal, quem não o fez já?
Às vezes lamentava este meu bloqueio, pois via tanta gente normal a fazer o mesmo, que achava que era de facto uma limitação minha! Afinal, quem não o fez já?
A primeira recordação de um “crime” foi no baptizado da minha irmã mais nova: a casa de banho do restaurante, que era todo cheio de nove-horas, tinha um pires com moedas de 25 tostões. Não resisti, e à terceira passagem pelo pires, atirei a mão às moedas e guardei no bolso. Uaaaaaaaau! G’anda loucura!
Acabado de sentir a descarga de adrenalina, já ouvia a voz da senhora dos WC’s: “Menino, onde vai com as minhas moedas??” Senti-me a corar até à fivela dos sapatitos de verniz, e não só devolvi tudo, como vim à sala buscar mais moedas para deixar no prato. A senhora só dizia “Deixe estar, menino, deixe estar…”, com um olhar compreensivo. Acho que nunca recuperei.
Na escola era o filme das cábulas. Epá, o que eu sofria com aquilo: tudo a sacar dos papelinhos e eu sem nada!! Havia uns colegas que me passavam os deles, depois de os terem usado, e eu fazia que não com a cabeça, disfarçadamente. Uma vez um espetou com o teste dele na minha mesa, para eu passar as respostas, e eu, atrapalhado, devolvi-o.
Na escola era o filme das cábulas. Epá, o que eu sofria com aquilo: tudo a sacar dos papelinhos e eu sem nada!! Havia uns colegas que me passavam os deles, depois de os terem usado, e eu fazia que não com a cabeça, disfarçadamente. Uma vez um espetou com o teste dele na minha mesa, para eu passar as respostas, e eu, atrapalhado, devolvi-o.

O ponto alto nessa matéria foi já na faculdade: uma frequência de 2 horas apanhava a “hora do lanche”, e nisto entra uma travessa de sandes para os meninos não interromperem os trabalhos. Claro que além do fiambre, algumas tinham as respostas dobradas em quatro. Então não é que ao professor lhe deu para ter fome naquela altura? Eu estava tão nervoso que devo ter engolido a carcaça com o teste e tudo.
Bem, e agora tenho de sair, que já vou atrasado. É que a fila para entrar na 2ª Circular demora para aí uns 20 minutos. Claro que toda a gente passa ao lado, e se mete lá à frente, mas o que é que eu hei-de fazer…?
Sinceramente não posso estar mais em desacordo !
ResponderEliminarEntão estes afloramentos de comportamentos pueris agora são crime ? Chamaria Tentações, com mais propriedade. Aliás na nossa tradição judaico-cristã até rezamos (os que rezam ) : ... Não deixeis car em Tentação... ( Não rezamos : Não nos deixeis cair no Crime ...). Sobre Tentações estamos conversados. Não quero desenvolver. Quantas vezes, como agora mais adiante se verá, não resisto à Tentação de desbroncar em vez de ficar caladinho, politicamente correcto.
Mas já que o assunto é o Crime, toca a resistir à Tentação ! Não vou falar do Freeport e do seu eminente protagonista, vou omitir o Assalto à Vara no Reino da Opus Dei, a participação anal- gésica de inocentes deputados no ex-caso Casa Pia, a distribuição despudurada de milhões de Euros aos indigentes banqueiros do BPN e BPP, vou fingir que não "ouvi" nada sobre as Escutas e nem sei quem é o Socrates. è de Crime que estamos a falar ? Isso é coisa de todos os dias .
E hoje não foge à regra !
Então não é que se comemora o 1º de Dezembro ? Da Restauração da nossa soberania ? Do ressurgimento da nossa dignidade como povo indepente. Do orgulho nacional ? Mas que vemos nós na Rádio, na TV e nos Jornais ?
A comemoração bacoca da submissão económica, militar e politica aos ditames dos poderosos da Europa ! Não podia ser melhor escolhida a data !
Já não bastava ter permitido que a CEE nos tivesse entrado pela porta dentro. Sem consulta prévia. Agora, aprova-se, no aconchego de uma maioria transitória, uma Constituição, que já não se chama assim, legitimando-se a entrega ao eixo todo poderoso que governa a Europa. E deita-se foguetório e siga a festança ! Não o que se comemora hoje è que è CRIME, CRIME DE LESA PÁTRIA.
Ao tirares as moedas do pires, fazes-me lembrar uma pessoa que eu conheço... logo te conto a história...
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