Coisas de Gajos

Dizem que, para nós, homens, o carro é a extensão da "coisa". Gostamos dele potente, vistoso, cheio de extras e mariquices, como se daí viesse um poder qualquer, uma capacidade acrescida de fazer não sei o quê (pelo menos é opinião dos especialistas, não sou eu que o afirmo).

Acrescente-se ainda outro artefacto: o telemóvel. Se tiver bluetooth, wap, push-mail, gps, ena pá! Aquilo é que é! Ter um modelo acabadinho de lançar no mercado é sempre uma marca de distinção.

Bem, se é assim, então estou cheio de sorte: de uma assentada ganhei os dois!

Aquele roncar do motor, o enorme pára-brisas, o tecto panorâmico, o cheirinho a novo quando se abre a porta (isso é que é, o cheirinho a novo)...

Depois entra-se lá dentro, com jeitinho para não sujar os tapetes, estuda-se o painel de comandos, o gps, o bluetooth que de repente detecta o referido telemóvel e activa o sistema interno de mãos-livres, bem... aquilo é uma overdose de testosterona!! Um autêntico viagra! Até faz mal a um tipo.

Faz-me lembrar, a propósito, a cena magistral do filme "Alguém tem que ceder", em que Jack Nicholson entra na urgência no hospital com um enfarte, na sequência de umas brincadeiras com a jovem namorada, e o médico lhe pergunta se tomou viagra. Ele, à vista da miúda, nega categoricamente, mas quando percebe que a mistura com a medicação intravenosa que lhe estão a ministrar tem contra-indicações, retira apressadamente os tubos do braço.

Também eu tenho de ter cuidado, nos dias mais próximos!!