Em Código

A manchete de hoje do Sol escreve que José Sócrates e Armando Vara, supostamente conhecedores da hipótese de estarem a ser escutados, passaram a falar em código. O Capuchinho vai mais longe: apresenta um extracto de uma gravação, encontrada junto a um ecoponto na Rua Gomes Freire, em Lisboa.

José Sócrates (atendendo o telemóvel): Está?

Armando Vara: Olá... é o V.

S: O quem?

V: V.

S: Não conheço nenhum V.

V. Sou eu... o V, o V! Tínhamos combinado que íamos falar em código, lembras-te?

S: Epá, é verdade. Mas eu não estou a ver quem é o V. Combinei isso com tanta gente...

V: V, porra, V! Não te lembras? O que estudou contigo na, na... nos escuteiros de Sernancelhe!
S: Só um minuto, vou consultar o meu bloco de notas...
S: (murmurando): B, Bava; G, Granadeiro, R, Rui Soares, V... aaah!!! És tu!!!!
V: Táva difícil! Bem, era só para saber o que queres... para prenda de anos.
S: Aaah, claro. Gostaria que a modista fosse afastada da agência funerária.
V: A... modista... estamos a falar da modista da oposição? Já não me lembro...
S: Não, gaita! Essa é a bruxa! A modista é a das sextas-feiras. (Merda, disse gaita, e podemos estar a ser gravados!!!).
V: Olha, disseste merda! Agora, sim, é que isto vai parar aos media!
S: Não, porque eu controlo a malta do... do Diário de Anne Frank, e dos T.S.
V: Tarados sexuais????
S: Chiça, que isto é pior que falar em inglês, e olha que bem me custa!!! Porque é que não vens cá jantar amanhã e falamos?
V: Boa. Eu levo um Molotov.
S: Molotov? Deixa cá procurar... Molotov, Molotov... não encontro nada...
V: Caramba, Zé, isto hoje está difícil! O Molotov! Eu levo a porra da sobremesa!!!!