terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Homem Que Mordeu o Polícia

Asseguro-vos que esta história não é do Nuno Markl. Saiu ontem no Diário de Notícias e só não escrevi antes porque ainda estava meio aparvalhado com o tema do “post” anterior.

Mas a verdade é que Ezequiel Lino, adjunto do presidente da Câmara de Oeiras, irrompeu furibundo pela esquadra da PSP de Oeiras, pedindo satisfações pelo facto do carro da filha ter sido rebocado por estacionamento irregular. Começou logo a conversa a puxar dos galões, depois perdeu o controlo, insultou os presentes e, quando um agente tentava detê-lo, deu-lhe “uma dentada no braço, um empurrão e um pontapé”.

Foi hoje presente a tribunal, de onde saiu com o estatuto de arguido e termo de identidade e residência (que é para acalmar). Vai-se agora proceder a um inquérito, antes de avançar para julgamento.



O que se apresenta seguidamente é um extracto do depoimento do agressor:

Quando entrei na esquadra, ninguém me fez a continência. Irritei-me logo, porque sou adjunto do Dr. Isaltino.

Depois perguntei quem foi o anormal que teve a lata de rebocar o carro da minha bébé. Começaram a gozar comigo, a chamar-me pai-galinha e essas merdas. Não gostei e perguntei se sabiam com quem estavam a falar. Disse logo que era adjunto do Dr. Isaltino.

Quando me disseram que o carro estava mal estacionado, fiquei passado. "Estava numa passadeira, com 1 roda num lugar de deficientes e outra em cima do passeio". E então? O lugar estava vazio e o passeio era largo. Além disso, sou eu quem, na Câmara, define as passadeiras, pois sou assessor do presidente.

A minha filha disse-me para ter calma, o que me irritou ainda mais. Um dos tipos começou a rir e eu dei-lhe logo ali um empurrão. À minha filha, cheguei-lhe bem, mas foi em casa.

Foi aí que os macacos me quiseram prender. A mim, um alto funcionário da Câmara! Um disse: “estás preso” e eu: “olha lá, tratas-me por tu? Toma lá um pontapé, para teres maneiras”.

Depois disso, foi uma confusão. Começaram a vir reforços, e mais reforços, e eu mordia para a direita e para a esquerda, até que eram tantos que tive de me deixar apanhar. Mas foi por uma unha negra. Que eu sou velho, mas rijo! E tu-cá tu-lá com o Dr. Isaltino!




P.S: o simpático ancião teve já, em 1992, um problema semelhante com a autoridade, quando era presidente da Câmara de Sesimbra. O agente, na altura, teve mais azar: acabou atropelado. Oeirenses, estamos bem representados!

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