sábado, 4 de setembro de 2010

Uma Lição das Profundezas

Tenho vindo a acompanhar o assunto dos mineiros chilenos com alguma angústia. Logo eu, que num elevador mais apertado começo com aquele "formigueiro", pensar naquelas 33 almas soterradas a 700 metros de profundidade, e com a perspectiva de só voltar a ver a luz do dia lá para o Natal... nem consigo imaginar o sofrimento daquela gente.


Do que li, os especialistas preparam-se para um complicado método de resgate, com a lenta perfuração do solo, criando um furo com 66 cm de diâmetro, dimensões mínimas para caber um ser humano, e onde irão introduzir um elevador tipo gaiola. Depois, serão içados um a um, numa viagem que durará 6 (seis!) horas por pessoa. Num tubo rodeado por rocha.


Quanto à vivência dos mineiros durante os próximos quatro meses, deverão obedecer a determinadas regras que lhes permitam melhores condições de saúde e higiene (física e mental): deverão fazer turnos de “dia” e “noite” em espaços separados e com iluminação distinta, criar rotinas, fazer exercício físico, etc.

Pois bem, assisti às primeiras imagens dos mineiros difundidas pela TV, e tive uma lição de coragem e de serenidade. Aqueles tipos, perante a câmara introduzida no local, acenavam, alguns de barba feita, dizendo piadas, brincando com o médico do grupo que alcunharam de "Dr. House", fazendo-nos uma visita guiada pelo recinto, mostrando a organização de víveres, medicamentos, etc. E no fim, ainda brindavam às famílias, dando-lhes alento.


A natureza humana é, de facto, capaz de coisas extraordinárias.

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