Eu trabalho no Parque das Nações. Bem... trabalhava, porque a NATO decidiu montar um acampamento mesmo à porta. Podia tentar lá ir, mas é difícil passar pelos check points policiais, pelos desvios no trânsito, e pelos rolos de arame farpado (autêntico!) que isolam a Alameda dos Oceanos.
Não tenho nada a esconder, mas se me inspeccionassem a carteira, entre o cartão do cidadão e o do clube de vídeo, ainda topavam que tenho as quotas do Sportivo de Carcavelos em atraso, o que é chato.
Assim, estou há dois dias a experimentar as vantagens do "tele-trabalho": a mandar mail's da minha sala de estar, enquanto ouço CD's com a aparelhagem no 10!
Mas, se ontem foi um dia bom, muito produtivo até, hoje já não foi tanto. Tinha uma reunião marcada em Lisboa, num edifício mesmo entre o Hotel Marriott e a embaixada dos EUA. E a hora? às 11, claro, a poucos minutos da passagem do Obama!
De maneira que estacionei à entrada da cidade, apanhei o Metro, e por fim lá fui a penantes, encolhido debaixo da chuva intensa, sob o olhar atento das autoridades. Como levava comigo um malão cheio de papelada, portátil, etc., cada vez que me cruzava por um polícia, era medido da cabeça aos pés. Quando passei junto ao sentinela da embaixada, estava a ver que o tipo me mandava ao chão ao grito de "BOMBA!".Segunda-Feira volta tudo ao normal. Mas a próxima reunião, quem a marca sou eu!
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