A notícia tocou-me: morreu Carlos Pinto Coelho. Se foi com o Henrique Mendes (há c' anos!) que aprendi a ver o Telejornal, foi com o Pinto Coelho que aprendi a gostar de o ver.
Aquele jeito soberbo de comunicar, a expressividade, o gesticular, o calor com que envolvia o espectador, quebrou na altura uma certa forma "neutra" de fazer jornalismo televisivo. Até os seus enganos, dizia-se, eram estudados, para transmitir uma imagem mais humana da notícia. Recordo-me de, numa entrevista, ele dizer: "Quando estou em televisão, se falar para a minha porteira, um letrado entende, mas se falar para um letrado, a minha porteira não entende. Portanto, falo para a minha porteira".
Homem dedicado ao jornalismo, mas também às letras, ao cinema e à fotografia, era fundamentalmente um profissional com uma paixão grande por todos os projectos que abraçava. E sempre com aquele ar afável, de expressão viva e sorriso rasgado com que abria o notíciário: "Olá, boa noite!".
A melhor homenagem que O Capuchinho lhe faz é partilhar esta paródia do Herman, n' "O Tal Canal".
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