sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pague Dez, Dê Onze


Diz-se que a crise bate à porta, mas neste caso nem foi preciso: ficou-se na rua. O DN noticiou que prostitutas baixam preços a pedido de clientes em crise.

O Capuchinho quis desenvolver a manchete, e conseguiu chegar à fala com as protagonistas: segundo Felismina Afonso Henriques (nome fictício), "os homens pedem promoções porque dizem que já não podem pagar". "Há casos de clientes desempregados que se queixam de que o subsídio não dá nem para uma por semana", desabafa Aldemunda Caramês (outro nome fictício). Pedimos para especificar a que tipo de "uma" se referia, mas não detalhou.

As dificuldades por que passam, levou um conjunto de mulheres da zona da Fonte Luminosa, em Lisboa, a criar a promoção "Pague 10, dê 11", um cartão onde cada cliente vai acumulando 1 ponto por utilização, e ao totalizar 10, tem direito a um serviço gratuito. A iniciativa está a ter uma enorme adesão  junto dos cursos nocturnos do Instituto Superior Técnico, e de clientes habitués da "Mexicana".

Quem, aparentemente, não está a gostar da ideia é o Fisco. Nas palavras do sub-chefe da repartição de Finanças de São João de Deus, Clarisbadeu do Rêgo (nome verdadeiro), configura-se uma fuga aos impostos, já que a "gratuita" não é declarada, e como tal, não permite a devida cobrança do IVA.

Nas palavras do representante legal do sindicato das prostitutas, este é um enorme desincentivo ao empreendedorismo, tão propalado pelo Governo.

Uma manifestação auto-intitulada "Vergonha é Roubar" está a ser organizada para o próximo  dia 31, em frente a São Bento. "Em plena campanha, só me faltava mais esta", terá desabafado o Primeiro-ministro José Sócrates.



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