Um destes dias fui visitar uma tia ao lar onde vive. A família reveza-se para dar um pouco de mimo à velhota aos fins de semana, e assim evitar o sentimento de isolamento que invariavelmente se sente nestes lugares.
O que seria um diálogo banal de "Então como estão os meninos? Bem, e a tia?" tornou-se numa conversa tão interessante que nem dei pelas horas passarem, e regressei a casa já quase noite. O tema escorregou para os antepassados, e de lá não saiu.
Fiquei a saber que tive um trisavô músico militar, e que o seu filho, o "bisavô Jorge" era inventor e químico, com patentes registadas. Que criou uma fórmula revolucionária na altura, premiada, e produzida em segredo na sua fábrica (lembro-me de, em miúdo, ver essa medalha).
Que os Llansol tiveram origem em Espanha, depois de um exílio forçado por um crime cometido cá na terra. Meteu irmãos desavindos, um padre e uma fuga à polícia!
É impressionante como os idosos trocam os nomes e não se lembram do que jantaram na véspera, mas guardam tantas memórias do passado longínquo. Um passado que se vai perdendo, se não fizermos nada para o evitar, para aproveitar estas fontes de informação riquíssimas que são os que o viveram na 1ª pessoa.
Ela divertidíssima a falar, e eu feito maluco a tirar apontamentos de tudo o que ia ouvindo. E tomei a decisão: vou fazer a árvore genealógica da família. Para além da minha paixão pela História, é uma homenagem aos que nos puseram cá.
Como disse, saí de lá já era quase de noite. Não sei quem gostou mais da visita, se eu ou ela.
histórias de família... são as melhores!=)
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