Hoje gozei o último feriado do 1º de Dezembro. É estranho despedirmo-nos de um feriado, saber que os nossos filhos já não vão comemorar a Restauração. Nem a Implantação da República.
Tenho acompanhado esta discussão da redução dos feriados, e várias ideias me saltam à cabeça.
Em primeiro lugar, não me oponho à redução dos feriados. Somos dos países europeus com mais feriados, 14, que dá uma média superior a 1 por mês. É muito, e banaliza o acto, como o banalizava os medalhados do 10 de Junho há uns anos atrás, tantos eram os agraciados pelos presidentes cessantes.
Depois, acho que o problema não são os feriados em si, mas as célebres "pontes". Existem carradas de Engenheiros Civis em Portugal. Porque não se trata de juntar um feriado a um dia de férias e zunga! (isso seria gastar um dia de férias a que temos direito). Não, é o tomar balanço, correr com toda a velocidade e saltar de uma quinta para um sábado, sem tocar na sexta. Isto é de artista, e requer verdadeira Engenharia. Pelo caminho, os miúdos também faltam à escola, pois então.
A seguir, essa conversa de passar os feriados para o Domingo, é uma treta. Um feriado pretende comemorar uma data específica, seja uma homenagem a uma personagem, facto histórico ou uma profissão de fé num evento religioso. Da mesma forma que eu faço anos a 19, e é a 19 que festejo e não a 20 ou 21 (excepto quando eramos miúdos, e fazíamos uma jantarada com os amigos no sábado seguinte). Portanto, o dia festeja-se NO DIA!
Finalmente, ataca-se a questão da redução pelo ângulo errado, na minha opinião. O que nos diz um feriado religioso (à excepção da Páscoa e do Natal)? Alguém sabe porque é que não vamos trabalhar a 23 de Junho? Ou 15 de Agosto? Ou 8 de Dezembro? Já o 1º de Maio é o Dia do Trabalhador, o 25 de Abril o Dia da Liberdade, o 5 de Outubro a Implantação da República e o 1º de Dezembro a Restauração. Os feriados históricos gozam-se com conhecimento, e há (poucos, é certo) quem reflita sobre a data. Agora, a Assunção da Nª Senhora???
Mas neste jogo de eu-cedo-um-e-tu-cedes-outro entre o Estado e a Igreja, fizémos um empate a 2 a 2, e assim, acabou-se a República e a Monarquia duma só vez.
Mas neste jogo de eu-cedo-um-e-tu-cedes-outro entre o Estado e a Igreja, fizémos um empate a 2 a 2, e assim, acabou-se a República e a Monarquia duma só vez.
Pois eu até nem me importava se se acabasse com esses feriados todos, mais o Camões & Cª, se se instituisse o verdadeiro feriado do Dia de Portugal: o da assinatura, em 1143, do Tratado de Zamora entre os reis Afonso VII de Leão e o nosso Afonso I, e que marcou o reconhecimento do Reino de Portugal.
E esse dia foi um... 5 de Outubro. E esta, hein?
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